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Governo apresenta nova proposta de pagamento da data-base e sindicatos consultam suas bases

Apesar de não ser a esperada pelos servidores, lideranças do movimento avaliam como avanço, diante da ideia inicial de Ratinho Jr de reajuste zero. Assembleia de agentes penitenciários vai acontecer na quinta-feira (18)
15/07/2019


O Governo do Estado apresentou uma nova proposta de pagamento de data-base para o funcionalismo público: 2% a partir de janeiro de 2020, 1,5% em janeiro 2021 e 1,5% em janeiro 2022, além da retirada do Projeto de Lei Complementar n° 4/2019, em tramitação na ALEP, que prevê o congelamento dos salários e das promoções dos servidores estaduais por 20 anos.  

A proposta foi apresentada na sexta-feira (12) ao Fórum de Entidades Sindicais (FES) e associações de policiais militares e será agora submetida por cada entidade sindical à sua respectiva categoria. No sábado (13), a maior categoria de servidores do Paraná, da rede estadual de ensino, decidiu suspender a greve realizada pela categoria desde 25/06. A Assembleia de agentes penitenciários vai acontecer na quinta-feira (18), às 14h, na sede do SINDARSPEN, em Curitiba.

Apesar do índice apresentado por Ratinho Jr.  não ser o ansiado pelos servidores, a avaliação é de que houve um avanço, diante da ideia inicial do governador de reajuste zero. Em 3/7, um dia depois da mobilização que levou cerca de 20 mil servidores às ruas de Curitiba, o Governo chegou a propor o pagamento 0,5% em 2019 e de outros 4,5% parcelados até 2022, com o congelamento da data-base até lá e a suspensão da licença prêmio.

Uma semana depois, as mobilizações foram ainda maiores e no dia 9/7 mais de 30 mil servidores lotaram as ruas da capital numa grande marcha rumo ao Palácio Iguaçu. De tarde, eles ocuparam a Assembleia Legislativa e o protesto foi intensificado quando o deputado governista Missionário Ricardo Arruda (PSL) usou a tribuna para xingar e ofender os trabalhadores que lutam por seus direitos. Mais de 500 servidores ocuparam a casa legislativa, de onde só saíram na quinta-feira pela manhã para acampar na porta da sede do Poder Executivo, onde permaneceram até sábado.

A greve do funcionalismo público teve início em 25/06, com os professores da rede estadual e se estendeu na sequência a várias outras categorias, como dos servidores agricultura, meio ambiente e das universidades estaduais.

Outras áreas, como a segurança pública, não paralisaram as suas atividades, mas participaram ativamente das mobilizações pela data-base. As famílias dos policiais e bombeiros militares também se uniram às atividades pelo pagamento da reposição salarial.

Com a data-base congelada desde 2016, os servidores do Poder Executivo acumulam uma perda salarial de 17%. Os protestos se iniciaram pelo pagamento imediato da reposição da inflação dos últimos 12 meses, de 4,94%, e de mais 1% em outubro e 1% em dezembro como forma de diminuir os atrasados.

Servidores seguirão unidos

Na avaliação das lideranças sindicais, um dos maiores saldos das mobilizações dos últimos dias é a união dos servidores públicos estaduais na luta por seus direitos. Educação, saúde, segurança pública, saneamento, cultura. Todas as áreas do serviço público no Paraná uniram esforços na busca pelo pagamento da data-base.  

Em reunião de avaliação, as falas dos dirigentes têm sido unânimes sobre a necessidade de fortalecimento do Fórum de Entidades Sindicais enquanto espaço de construção coletiva dos mais diversos segmentos de servidores estaduais.