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SINDARSPEN lança campanha do mês da mulher: respeito, apoio, proteção e valorização são as maiores homenagens


07/03/2023


08 de março comemora-se mundialmente o Dia Internacional da Mulher. Uma data de comemorações e também de reflexões. A cada ano, novas pautas surgem como necessárias para que toda a sociedade debata e repense seu olhar para a mulher em sua condição de cidadã fundamental na construção de um mundo melhor. Por isso, em 2023, o SINDARSPEN lança a campanha que tem como mote: “No Dia da Mulher, respeito, proteção, apoio e valorização profissional são as maiores homenagens.” 

A campanha, que irá se realizar nas redes e também nas unidades prisionais, convida homens e mulheres a se unirem para mudar um cenário que traz dados ainda muito preocupantes relacionados à violência, à falta de apoio profissional e de políticas públicas voltadas a elas. 

Para Vanderleia Leite, presidente do SINDARSPEN, “é preciso conscientizar a todos que, se ainda temos um alto número de feminicídios, de violência doméstica ou ainda mulheres se sentindo desvalorizadas no trabalho, o problema é de toda sociedade. E, essa situação só vai mudar se tivermos essa consciência que precisamos nos envolver juntos na mudança deste cenário, especialmente como protagonistas da Segurança Pública,” disse. 

UNIÃO PARA MUDAR O CENÁRIO 

Entre os dados mais preocupantes da atual conjuntura são os que se referem à violência contra a mulher. Segundo o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, 699 mulheres foram vítimas de feminicídio em 2022, média de quatro casos por dia. Este número é 3,2% maior que o total registrado no primeiro semestre de 2021, quando 677 mulheres foram mortas.” 

Uma das formas de enfrentamento a este tema é a garantia de espaços de denúncia, rede de apoio e políticas sérias que as protejam.  E, o mais importante, que recebam apoio e proteção de toda sociedade. Trata-se, portanto, de um problema de todos.  

Já quando falamos sobre a valorização e respeito profissional, ainda há muito o que mudar.  Na Pesquisa sobre condições de trabalho das policiais penais do Paraná,  de 2018, os dados demonstram que as servidoras ainda têm pautas a serem atendidas. Por exemplo, 75% das policiais penais do Paraná disseram “se sentir insatisfeitas com a quantidade de mulheres ocupando espaços de comando e 49% afirmam que já perderam oportunidades de crescimento no trabalho por serem mulheres.” 

Quando o tema é o respeito dos seus pares no ambiente de trabalho, “47,5% das policiais penais do Paraná disseram ainda se sentir desrespeitadas no ambiente de trabalho e 48,4% afirmam que já foram diminuídas pela chefia por serem mulheres.” 

Quando foram perguntadas sobre assédio moral e sexual, 90% das policiais penais do Paraná disseram achar necessário que o governo implante uma política permanente de combate ao assédio moral e 82% querem mais rigor contra o assédio sexual nos locais de trabalho.” 

Sobre estas e outras demandas, o SINDARSPEN promoveu em 2018, o primeiro Encontro Estadual das Policiais Penais do Paraná, resultando em uma carta aberta ao Deppen com reivindicações para melhoria das condições de trabalho das mulheres no sistema penitenciário como a necessidade de se implantar uma política permanente de valorização do trabalho das policiais penais; que as direções das unidades femininas sejam ocupadas por mulheres, que o Deppen implante uma campanha permanente de combate ao assédio moral e sexual nos ambientes de trabalho, que haja respeito à separação de banheiros e alojamentos garantindo condições de salubridade e higiene, entre outras.  

“De lá para cá já tivemos algumas importantes conquistas, mas ainda vemos que os espaços de trabalho em sua organização e mesmo em sua estrutura física, não são pensados para acolher a mulher e suas particularidades de gênero. A mulher e suas demandas ainda são bastante invisibilizadas,” destaca Vanderleia Leite.  

UM CANAL PARA DENÚNCIAS  

Recentemente, a diretoria do sindicato, em reunião com o Deppen, solicitou ações e políticas públicas específicas para as mulheres policiais penais. Uma das propostas levadas pelo sindicato foi a de criar um canal específico junto à ouvidoria voltado às denúncias relativas à violência de gênero. E, que exista uma equipe formada por mulheres para recepcionar este tipo de denúncia, bem como auxiliar e acolher as mulheres que chegaram até este canal. 

Importante destacar que muitas vezes as mulheres sentem-se constrangidas ou até com medo de se expressar ou levar uma denúncia à frente. Segundo dados do IPESPE, 73% das mulheres entrevistadas em 2022 afirmaram que o medo é o principal motivo de mulheres agredidas ou ameaçadas não buscarem ajuda. 

Por fim, a diretoria do SINDARSPEN convida toda a categoria para se unir nessa campanha, divulgando os materiais e fazendo o debate em seus espaços de trabalho para que cada vez mais as pautas do mês da mulher sejam permanentes.  

Desejamos um feliz dia internacional das mulheres!

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