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Sindicato reivindica vacinação imediata de policiais penais e agentes de cadeia no Paraná

Categorias não pararam nenhum dia durante a pandemia e já acumulam 841 casos da doença. SINDARSPEN reivindica vacinação prioritária junto com as demais forças de segurança pública do estado
24/03/2021


O Sindicato dos Policiais Penais do Paraná (SINDARSPEN) está reivindicando junto ao Governo do Estado que os policiais penais e agentes de cadeia contratados sob o regime PSS que trabalham nas unidades penais do estado sejam imunizados contra o novo coronavírus ainda em abril, juntamente com as demais carreiras da segurança pública.

Nesta semana, após pressão do movimento nacional dos policiais organizados pela União dos Policiais do Brasil (UPB) contra a reforma administrativa e a favor da vacinação prioritária, o ministro da Justiça, André Mendonça, apresentou ao Ministério da Saúde um pedido de inclusão das polícias entre as prioridades de vacinação. Como a lista de categorias policiais é ampla, a UPB e a Associação dos Policiais Penais do Brasil (Ageppen- Brasil) nominaram todas as categorias de policiais que devem ser contempladas no pedido, incluindo os Policiais Penais (antigos penitenciários).

Para que não reste dúvidas sobre a condição de prioridade dos servidores penitenciários, no Paraná o SINDARSPEN intensificou junto às autoridades locais a necessidade de inclusão dos policiais penais e agentes de cadeia nessa nessa fase que abrange as categorias da segurança pública. 

No Paraná, o Plano Estadual de Vacinação contra a Covid-19 publicado em janeiro dividiu em 21 os grupos prioritários para receber a imunização contra o coronavírus, sendo o grupo 10 formado por “Forças de Segurança e Salvamento”, ficando atrás apenas dos idosos e pessoas em situação de rua. A preocupação do SINDARSPEN é garantir que os policiais penais e agentes de cadeia sejam incluídos com as demais forças de segurança nessa nova fase, cuja previsão de vacinação é para abril.

Como a execução da vacinação acontece pelos municípios, o apelo da entidade já foi encaminhado também aos 122 municípios onde existem unidades penais no estado. "Esse cuidado se deve ao fato de que como as vacinas são aplicadas pela rede municipal de saúde, é importante que não haja dúvidas sobre a participação de quem deve ser contemplado nas prioridades e, por isso, é importante que fique bem explicíto nas orientações oficiais", argumenta o vice-presidente do SINDARSPEN, José Roberto Neves. 

Motivos para a urgência na vacinação de servidores penitenciários

O Paraná tem atualmente 2.763 policiais penais e 1.480 agentes de cadeia. Segundo o Departamento Penitenciário do Paraná, até 23/03, 841 servidores haviam sido contaminados pela covid-19, resultando em 6 mortes.

O pedido do Sindicato alerta para o fato de que o cárcere é um ambiente aglomerado, insalubre e com pouca área de ventilação, sendo altamente propício à fácil propagação do coronavírus. Pesquisa realizada pelo Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (COPPE/UFRJ), apontou que os trabalhadores de unidades penais têm 83,7% mais risco de contágio que a população em geral.

Vacinar esses servidores também trará impactos positivos na segurança da população. Isso porque o sistema penitenciário já trabalha abaixo do limite na quantidade de servidores e o elevado nível de adoecimento retira ainda mais trabalhadores das unidades, colocando em risco toda a sociedade com a possibilidade de motins, rebeliões e fugas.

A solicitação do SINDARSPEN no Paraná está sendo endereçada ao Comitê Interinstitucional de Prevenção à Covid-19 no sistema carcerário, às Secretarias de Estado de Saúde (SESA) e de Segurança Pública e Administração Penitenciária (SESP), ao Departamento Penitenciário (DEPEN-PR), ao Ministério Público e ao Conselho Permanente de Direitos Humanos do Paraná, além das Secretarias Municipais de Saúde das cidades que sediam estabelecimentos penais sob gestão do DEPEN.